1. O que é mapeamento espiritual e como funciona numa guerra espiritual bem-sucedida?
Mapeamento espiritual é o processo em que se comparam as informações e dados de uma região ou pessoas, colocando-as sobre um mapa ou gráfico. As informações colhidas são usadas na guerra espiritual com o fim de arrancar as pessoas das mãos do inimigo. O mapeamento espiritual é como uma grande luz lançada numa região escura. Permite-nos ver a estratégia do inimigo, e expõe os planos ocultos das Trevas para aquela região ou algum grupo especial.
"Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado" (Mc 4.22).
Precisamos entender que o mapeamento espiritual NÃO é batalha espiritual. É uma tática que precede a batalha. Colhemos dados, armazenamos informações, e marcamos num mapa tudo o que queremos. Essa atividade por si mesma não dissipa as trevas. Quando nos submetemos ao Senhor, deixando que ele nos use como suas armas, colocamo-nos em guerra contra o inimigo. A única maneira de entender o tempo do Senhor é esperar por ele – ele é nosso comandante e chefe.
"O SENHOR é homem de guerra; SENHOR é o seu nome" (Ex 15.3).
"Você é o meu martelo, a minha arma de guerra. Com você eu despedaço nações, com você eu destruo reinos, com você despedaço cavalo e cavaleiro, com você despedaço carro de guerra e cocheiro" (Jr 51.20-21).
Estudar a história e a terra de um determinado povo é crucial no mapeamento espiritual. Precisamos entender os costumes, pensamentos e hábitos do povo "original" que habitava a terra. Estudando a história de nosso município, a equipe descobriu que seus primeiros habitantes foram índios, e mais tarde outras pessoas tomaram conta da área. Assim nos concentramos em estudar as práticas ímpias e as crenças desse povo. Geralmente enfrentamos as fortalezas deixadas pelos pecados dos povos antigos.
De nossa parte, procuramos saber quais eram os planos de redenção divinos e os dons dos habitantes de nosso município. O objetivo do mapeamento e da guerra espiritual é a salvação das pessoas. Jesus, quando nos deu a grande comissão, não nos enviou por todo o mundo para fazer mapeamento espiritual. Esse mapeamento é apenas uma ferramenta que nos ajuda a levar a termo seu propósito.
"Então, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os ema nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.18-20).
2. Por que você deve mapear espiritualmente uma área?
No texto bíblico a seguir, vemos o Senhor ordenando a Moisés que enviasse espias para descobrir certos detalhes da terra que iriam possuir. Deus queria que eles possuíssem a terra, não apenas residissem nela.
"E o SENHOR disse a Moisés: Envie alguns homens em missão de reconhecimento à terra de Canaã, terra que dou aos israelitas. Envie um líder de cada tribo dos seus antepassados"... Quando Moisés os enviou para observarem Canaã, disse: Subam pelo Neguebe e prossigam até a região montanhosa. Vejam como é a terra e se o povo que vive lá é forte ou fraco, se são muitos ou poucos; se a terra em que habitam é boa ou ruim; se as cidades em que vivem são cidades sem muros ou fortificadas; se o solo é fértil ou pobre; se existe ali floresta ou não. Sejam corajosos! Tragam alguns frutos da terra". Era a época do início da colheita das uvas" (Nm 13.1-2, 17-20).
Eles observaram que certos tipos de pessoas viviam em determinados lugares da terra.
"Os amalequitas vivem no Neguebe; os hititas, os jebuseus e os amorreus vivem na região montanhosa; os cananeus vivem perto do mar e junto ao Jordão" (Nm 13.29).
O apóstolo Paulo fez algum reconhecimento espiritual quando chegou a Atenas, e notou que a cidade estava entregue à idolatria. Suas observações lhe permitiram dirigir-se ao povo e aos líderes, e mais tarde evangelizar a região.
"Enquanto esperava por eles em Atenas, Paulo ficou profundamente indignado ao ver que a cidade estava cheia de ídolos. Então Paulo levantou-se na reunião do Areópago e disse: "Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio" (At 17.16, 22-23).
É bom que se tenha certeza da importância do mapeamento e batalha espiritual. Você sempre será cobrado naquilo que faz, e alguém o desafiará querendo saber por que você faz isso!
Antes de iniciar um mapeamento ou um projeto de batalha, é bom ter certeza de que Deus realmente o chamou para tal tarefa. Você deve saber a base bíblica de sua ação, não para usá-la como defesa diante dos que lhe indagam, mas como confiança no que você está fazendo.
Não podemos simplesmente ir aos cultos nos domingos, algum estudo bíblico durante a semana e ficar sabendo o que se passa em nossa cidade. Precisamos investir tempo e energia se quisermos mapear nossa terra.
3. Onde operam os espíritos territoriais?
Uma das principais diferenças que separam a fé cristã da pagã, é nosso entendimento da adoração a Deus. O monoteísmo reconhece só a UM Deus, enquanto o paganismo adora a muitos deuses.
"Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; ele é o Deus vivo; o rei eterno... Digam-lhes isto: Estes deuses, que não fizeram nem os céus nem a terra, desaparecerão da terra e de debaixo dos céus" (Jr 10.10-11).
Muitos desses deuses eram reconhecidos como deidades que agiam sobre cidades. Por exemplo:
"Enquanto isso, os conselheiros do rei da Síria lhe diziam: "Os deuses deles são deuses das montanhas. É por isso que eles foram fortes demais para nós. Mas, se os combatermos nas planícies, com certeza seremos mais fortes do que eles" (1 Rs 20.23).
"Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias. Então Miguel, um dos príncipes supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido de continuar ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13).
Vemos deuses e deusas governando sobre determinados núcleos populacionais.
"Farei isso porque eles me abandonaram e adoraram Astarote, a deusa dos sidônios, Camos, deus dos moabitas, e Moloque, deus dos amonitas, e não andaram nos meus caminhos, nem fizeram o que eu aprovo, nem obedeceram aos meus decretos e às minhas ordenanças, como fez Davi, pai de Salomão"(1 Rs 11.33).
Quando nos aprofundamos no estudo, encontramos deuses associados com outras coisas.
"Os filhos ajuntam a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa e fazem bolos para a Rainha dos Céus. Além disso, derramam ofertas a outros deuses para provocarem a minha ira" (Jr 7.18).
"Então ele me levou para a entrada da porta norte da casa do SENHOR. Lá eu vi mulheres sentadas, chorando por Tamuz" (Ez 8.14).
Vemos isso no relato em que Deus envia Moisés ao Egito para trazer as pragas sobre a terra. Cada praga mostrava o poder do único Deus verdadeiro sobre os impotentes deuses do Egito.
A. Quando Deus chamou a Moisés, o primeiro sinal que lhe deu foi com sua própria vara. Ela se transformou em serpente, e engoliu as varas dos mágicos de Faraó que haviam se transformado em serpentes. A serpente era símbolo no Egito de autoridade real, e estava incrustada na coroa do rei Faraó (Ex 7.9).
B. Hapi era o deus do Nilo, e mostrou-se impotente quando deus transformou as águas em sangue (Ex 7.17).
C. Imagine o zombador Heka, um deus feminino com cabeça de sapo, quando Deus encheu a terra de sapos (Ex 8.2).
D. Shu, o deus do ar, não conseguiu impedir que enxames de moscas invadissem o Egito (Ex 8.21).
E. A praga sobre o gado foi um assalto direto, pois os egípcios adoravam o gado (Ex 9.3).
F. Na praga das úlceras, depois que Moisés e Arão lançaram cinzas no ar, Deus zombou do deus Sutech e Tufão (Ex 9.8-12). Geralmente eram oferecidas a eles as cinzas dos sacrifícios das vítimas. Quando caiu granizo do céu, nenhum deles pôde deter (Ex 9.18).
G. Uma das belezas do Egito eram os sicômoros, uma espécie de árvore. Deus enviou os gafanhotos e todas foram devoradas (Ex 10.4).
H. A praga das trevas mostrou a impotência de Ra, o deus-sol (Ex 10.21).
I. Eis a declaração de Deus quando ia matar os primogênitos: "Naquela mesma noite passarei pelo Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR!" (Ex 12.12).
Cada vez que Deus enviava Moisés a Faraó, Moisés era orientado a dizer: "Deixe o meu povo ir para que me preste culto". Lembre-se que a razão principal do mapeamento e batalha espiritual é a salvação das almas, para que toda a criação sirva e adore a Deus!
A escritura deixa bem claro que certas deidades ou espíritos maus operam sobre certas regiões ou grupos de pessoas. Percebo na escritura que Deus usa o seu povo para se levantar e lutar contra essas forças.
"Você é o meu martelo, a minha arma de guerra.Com você eu despedaço nações,com você eu destruo reinos, com você despedaço cavalo e cavaleiro, com você despedaço carro de guerra e cocheiro" (Jr 51.20-21).
"... pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais" (Ef 6.12).
"Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês" (Tg 4.7).
No livro de Juizes, Deus pede a Gideão que derrube as estátuas de Baal, os deuses que seu pai adorava, estabelecendo aquela área como de Deus. A versão do rei Tiago usa a expressão "altar de Baal", mostrando que ali era o local onde a deidade agia.
"Gideão construiu ali um altar em honra ao SENHOR e lhe deu este nome: O SENHOR é Paz. Até hoje o altar está em Ofra dos abiezritas. Naquela mesma noite o SENHOR lhe disse: "Separe o segundo novilho do rebanho de seu pai, aquele de sete anos de idade. Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar. Depois faça um altar para o SENHOR, o seu Deus, no topo desta elevação. Ofereça o segundo novilho em holocausto com a madeira do poste sagrado que você irá cortar" (Jz 6.24-26).
Nesta passagem e nas anteriores, entendemos que Gideão estava admirado e agradecido a Deus por seu imenso poder. Tanto que edificou um altar ao Senhor. Mesmo imaginando que o Senhor dele se agradara, Deus pediu um pouco mais. Ele queria que os altares dos outros deuses fossem derrubados.