Os anjos mencionados nos livros mais antigos do Antigo Testamento não são designados por nomes. De fato, já o rabi Shimon ben Lakish (230 -270) asseverava que os nomes específicos dos anjos foram adoptados pelos judeus a partir de tradições babilónicas, depois do exílio - muitos comentadores modernos concordam com esta visão. Dos sete arcanjos (existem bem mais) do judaísmo pós-exílio, apenas três (Gabriel, Miguel e Rafael) são mencionados pelos nomes nas escrituras que gradualmente foram aceitas como canónicas. Os outros quatro, contudo, são nomeados no século II a.C. no Livro de Enoque, capítulo XXI: Uriel, Ithuriel, Amitiel e Baliel. Aí, intercedem perante Deus pela Humanidade, durante o período dos Nephilim - os Vigilantes caídos. Quando aos três primeiros arcanjos referidos se referia outro, de modo a representar os quatro pontos cardeais, Uriel era, geralmente, o quarto (o Norte - bem como, quando representam os quatro elementos - toma o lugar da Terra). No poema de John Milton, Paraíso Perdido, Livro III, Uriel, encarregado da Orbe do Sol, serve como os olhos de Deus, ainda que, inconscientemente, dirija Satã em direção à recém-criada Terra. Uriel aparece ainda no Segundo Livro de Esdras, adição apócrifa ao livro de Esdras, no contexto da literatura apocalíptica, em que é enviado para instruir o profeta Ezra, depois deste ter colocada algumas questões dirigidas a Deus. Uriel é frequentemente identificado como o querubim que "permanece junto às portas do Éden com uma espada ardente" ou como o anjo que "preside à tempestade e ao terror" (no Primeiro Livro de Enoque). Uriel é na verdade um dos Senhores dos Querubins cujo objetivo é chefia os exércitos de extermínio celestes. Sob seu comando estão as missões mais sangrentas executas pelos Malak´s. No Apocalipse de Pedro aparece como o Anjo do Arrependimento - e tão desprovido de piedade quanto qualquer demónio. (A “piedade” de Uriel vem de seu amor pela paz, a Paz Eterna.) Em Vida de Adão e Eva Uriel é representado como o espírito (um dos querubins) referido no terceiro capítulo do Génesis. É também identificado com um dos anjos que deram sepultura a Adão e a Abel no Paraíso. Na Cabala Uriel é considerado príncipe duma das Sephiroth sagradas: a Sephira Hesed da Cabala, onde Uriel é designado pelo nome de Hesediel. Terá sido ele a lutar com Jacob em Peniel. É ainda descrito como o destruidor dos exércitos de Senaquerib. Ainda de acordo com o livro de Enoch, terá sido ele a anunciar a vinda do Dilúvio a Noé, bem como aquele que dirigiu Abraão a caminho da Terra Prometida. É conhecido ainda como o Anjo da Morte, tendo tido um papel importante no episódio das Dez pragas do Egipto, em que verificou quais as portas marcadas com sangue de cordeiro, para poupar tais casas da morte dos primogénitos. Na tradição apocalíptica, é ele quem deterá a chave que abrirá o Inferno no Final dos Tempos. Na moderna angelologia cristã - ainda que de uma forma marginal - Uriel é identificado por vezes como Querubim, Regente do Sol, Chama de Deus, Anjo da Presença Divina, presidindo sobre o Tártaro (Inferno). Em escrituras mais recentes é, mesmo, identificado com Phanuel - a "Face de Deus" (Phanuel é outro ser) . Uriel é a face da morte para seus inimigos e sua piedade se resume a enviá-los para o nada os privando de uma vida de imundice e pecados. Uriel crê no potencial de Luz existente dentro de cada ser e na obrigação de cada criatura em buscar este potencial e ao ver este sagrado potencial ser desperdiçado, sua fúria se eleva e asua Luz se incendeia transformando-se no fogo purificador.
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